quinta-feira, 13 de março de 2008

Caramel

fui ao cinema, ver um filme mto bonito... nada de paixões
muito real
levei imenso tempo a escolher uma bolsinha rendada, muito coquete...havia várias, foi dificil decidir qual trazer, qual era a mais bonita que condizia comigo
não sabia para que a comprar, não precisava dela... só sabia que a queria, tanto, tanto
não sabes o que pensei colocar lá dentro,
nem em quem pensei....
apenas sei, que depois do filme, ao retirar da mala o porta-moedas de lantejoulas, "roubado" à filha, para pagar o livro que escolhi na livraria, o achei... bizarro

e... tantas outras coisas.... mas não estás
custa-me crer que foste dormir sem mim... como podes, como consegues, não sabes que eu não durmo??
que há 3 dias tinha 15 anos, anteontem 16, ontem 17....vais deixar-me chegar aos 20?
torturas-me, hoje não me dizes que o meu cabelo é bonito
viste-me toda no primeiro dia... eu só agora me começo a ver

quarta-feira, 12 de março de 2008

aceitar

tanto esforço, energia e tempo
tudo só para te calar cá dentro
que dores tão grandes
que dores maiores
para me assumir
aceitar e não mais me debater

segunda-feira, 10 de março de 2008

monserrate


D.Baptista

a letra e musica que me anda na cabeça...

Ai Senhor das Furnas
Que escuro vai dentro de nós!
Rezar o terço ao fim da tarde
Só para espantar a solidão
E rogar a Deus que nos guarde
Confiar-lhe o destino na mão.

Que adianta saber as marés
Os frutos e as sementeiras
Tratar por tu os ofícios
Entender o suão e os animais
Falar o dialecto da terra
Conhecer-lhe o corpo pelos sinais.

E do resto entender mal Soletrar,
assinar em cruz
Não ver os vultos furtivos
Que nos tramam por trás da luz.

Ai Senhor das Furnas
Que escuro vai dentro de nós!
A gente morre logo ao nascer
Com olhos rasos de lezíria
De boca em boca passando o saber
Com os provérbios que ficam na gíria.

De que nos vale esta pureza
Sem ler fica-se pederneira A
gita-se a solidão cá no fundo
Fica-se sentado à soleira
A ouvir os ruídos do mundo
E entendê-los à nossa maneira.

Carregar a superstição
De ser pequeno ser ninguém
E não quebrar a tradição
Que dos nossos avós já vem

a dôr

e não sei o que doeu mais
a perda ou o impacto da vida
como implosão no interior do meu peito
é isto? nascer, é isto?

domingo, 9 de março de 2008

klimt


e de repente a explosão de côres
a atingir-me violentamente
o interior a debater-se numa agitação frenética
a dôr a crescer, e eu ali estava
de frente para mim
abandonei-me à dôr e vi
o que sempre temi
vi-me a mim, a mim

sábado, 8 de março de 2008

nu senso

e pensar fazer como outros
e achar que se consegue, e não há mal algum
fácil pensar
difícil conseguir
e não mal algum
mas como desligar a mente
soltar o corpo
sentir a emoção, sem o sentimento

sexta-feira, 7 de março de 2008

os mistérios da alma

os sons suaves, surdos, estridentes, que insistimos em ignorar
as palavras que recusamos entender
o instinto que abafamos cá dentro
com tanta força, tanta força
até o caos se instalar e recusar a abandonar-nos
enquanto não escutarmos os múrmurios da alma